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Postado por: Gabriell Stevenson sexta-feira, 10 de outubro de 2014


A figura divina, especialmente a de Jesus, é frequentemente usada pelos defensores do consumo de bebidas alcoólicas. Usam textos fora de seus contextos sociais, culturais e situacionais para defenderem a sua crença. Todavia, o vinho alcoólico nunca é usado para representar algo divino.

No livro das Revelações, por exemplo, João escreveu:

Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.” – Apocalipse 14.10

No texto fala-se que a ira de Deus é como um cálice cheio de vinho “não misturado”, puro. Esta pureza indica um vinho sem nenhum tipo de mistura, seja de água ou de fermento. O vinho sem mistura era o chamado vinho doce, aquele que possuía o seu percentual de açúcar normalizado, sem ter sido destruído pelo acréscimo de água ou de fermento. A ira de Deus representa o seu juízo justo e moral contra os pecadores e seus pecados [Jo 3.36 | Rm 2.5-9 | Ap 14.9-11] e apenas um vinho puro e não embriagante poderia representá-lo.

Jesus também usou o vinho como o principio de Seus milagres aqui na terra:

Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho...” – João 2.7-9

Esse vinho – como vimos na parte IV desta série – não era o alcoólico, mas um vinho puro, livre de fermento. Os dados apresentados no artigo sobre as bodas de Caná apresentam fortes razões para rejeitarmos a opinião de que Jesus produziu vinho embriagante e/ou participou de uma festa de glutonarias e bebedeiras. Esse milagre demostrou a soberania de Deus na criação e a glória de Jesus como o Messias. Se Cristo tivesse dado de beber vinho alcoólico para os convidados das bodas, Ele estaria indo contra os princípios de Deus, que ditam o vinho embriagante como sendo alvoroçador [Pv 20.1] e como um caminho de morte [Pv 23.29-32] e que é errado dar bebida alcoólica para o próximo [Hc 2.15a].

Também havia uma determinação quanto ao consumo de bebidas alcoólicas para os sacerdotes:

Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo.” – Levítico 10.9-10

A glória de Deus era o que estava dentro da Tenda da Congregação; a glória representa o caráter de Deus – quem Deus é [Êx 33.18; 34.5-8]. E se a glória de Deus não aceitava a presença de bebida alcoólica dentro da Tenda, não poderíamos crer que era licito consumir bebida alcoólica. Deus considerava imundo todo sacerdote que tivesse consumido álcool; note que Ele não fala a respeito de estar bêbado, mas ao simples fato de terem bebido vinho fermentado ou qualquer bebida forte.

O texto de Levítico aqui citado, não nos serve mais como mandamento, mas apenas como reflexão da relação entre as bebidas alcoólicas e a glória de Deus no período do Antigo Testamento. A Lei Mosaica passou, pois Cristo é o fim da Lei [Rm 10.4]. Contudo, como já fora citado por diversas vezes, ao longo desta serie sobre bebidas fermentadas, encontramos a sabedoria de Deus contra o consumo de bebida alcoólica [Pv 20.1; 23.29-32 | Mt 24.48-51 | Ef 5.18] e contra a ação de dar bebidas para outras pessoas [Hc 2.15].

Perceba que nos três casos demonstrados podemos perceber que a conclusão é sempre a mesma: a glória de Deus não se mistura e nem aceita o consumo de bebida alcoólica. Tanto no Antigo, como no Novo Testamento percebemos conselhos contra o consumo desse tipo de bebida. Eu não posso e nem estou dizendo que consumir bebidas alcoólicas seja pecado, necessariamente. Não posso porque a bíblia não o diz que é. Não estou porque em momento algum eu usei estas palavras (ou alguma parecida): "beber é pecado". Contudo, eu creio e afirmo que Deus não aprova o consumo de álcool. Como resolver essa aparente contradição de minhas palavras? É simples. Pense no divórcio. Deus odeia o divórcio [Ml 2.16], mas não é pecado divorciar-se [I Co 7.10-11]; o pecado está em contrair novo matrimônio se a causa do divorcio tenha sido qualquer coisa menos os motivos tolerados [Mt 19.9 | I Co 7.15]. Do mesmo modo, eu creio que Deus desaprova o consumo de bebidas alcoólicas. Nos dois casos há uma desaprovação da parte de Deus, porque o Senhor sabe a destruição que é causada com o divorcio e sabe, também, que tipo de caminho o consumidor de bebidas alcoólicas está trilhando [Pv 23.29-32]. Acredito que os sentimentos de Deus quanto a essas duas coisas devem ser levadas em consideração.

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